20 de dezembro de 2019

Retirei os cadeados




Nunca me agoniei com o escorrer do tempo, mas admito meu gosto pelo olhar envolvendo-se com a memória. O inesperado me trouxe de volta à escrita.  Escrever histórias ou vivê-las?  O que de fato quero que sobreviva através dos meus escritos? Combinei com as letras de arrumar os armários. Organizar o sentir sempre vale a pena, mesmo que o outro desconheça do que se trata nossa linguagem. Deixo de ser e sou a cada texto. Muitos rascunhos ficaram perdidos dentro da bolsa. Outros, ficaram pendurados nas chaves que esqueci na fechadura pelo lado de fora. Resolvi tingir o asfalto com os pneus da minha bicicleta. Dia de sol. Sem nenhuma nuvem de chuva no céu. Descobri que de fato, o "pecado" mora ao lado. É uma luxúria tipo escritos de Jorge Amado: "por fora água parada, por dentro uma fogueira acesa." Adorável de ler, sentindo. 

9 comentários soprados.:

Rudolfo Kemmer disse...

Nada como o "novo" velho caminho, mas o que pode nos levar a algum lugar, qualquer lugar que seja, mesmo o se auto-conhecer! ;)

Unknown disse...

que queime a fogueira, que os pneus da tua bicicleta continuem a tingir o asfalto e que venham outros e outros,



beijo

Juliana Lira disse...

Adorei a reflexão, é bem como me sinto a respeito do que escrevo. Tantas vezes nem sei se o que escrevo sou eu, ou se eu vou aprendendo com o que escrevo. Muitas vezes não compreendem.
O importante é nunca parar.

Milhões de beijos

Rita de Cássia Martins disse...

Você as letras combinam :) Já estava com saudade...

Franck disse...

Tudo muito lindo por aqui... Bjs!

Refúgio da Alma disse...

Você é mesmo surpreendente!
E não digo isso porque suponho te conhecer, mas sim porque se abre em versos envolventes do fundo da alma, caminhando aos mesmos passos do "tal" Jorge Amado: Adorável de ler, sentindo.

Obrigada por fazer parte de mim.

e.deamici disse...

Preciso com urgência desses "20 segundos" na minha vida...

há palavra disse...

Frases curtas, impetuosas. Gravam-se em sequência. Não fluem: geram-se.

Beatriz Bragança disse...

Querida Angélica:
Já dizia um grande poeta:Tudo vale a pena,quando a alma não é pequena.Por mais que nos custe,devemos estar sempre ainda que,como alguém disse,«morta por dentro,mas de pé,como as árvores».
A sua escrita é uma maravilha.
Um abraço da
Beatriz

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