(...) Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda.
Uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: 'Onde cê tava? Tava sumida, morreu?'
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.
Elisa Lucinda - No Elevador do Filho de Deus. In O Semelhante, p. 205
4 comentários soprados.:
Um texto sábio e criativo, parabéns poetisa.
Ah ... menina
essa depressão que tanto anima...
Te colocam em deprê...tentam te destruir...não conseguem e se assustam...
KKK depressão é difícil, mas nós somos mais.
Bjo no coração
http://www.umcantonocoracao.blogspot.com/
Postar um comentário
"Se tudo passa, talvez você passe por aqui..."