21 de novembro de 2009

Traços


Esboço uma tentativa sem régua ou compasso
Terminarei antes que escureça
Porque minha poesia é dia
É abraço
E já que o calor te entedia
Descance à sombra
Enquanto percebo teu traço
Danço a escrita
Para que em letras conheças
Os meus passos...

Melancolia


A vida segue, anda
mas não se organiza
Porque a distância agoniza
e pede
a extrema unção
da tua ausência.

Salvação


O amor salva à alma
das estátuas sem movimento
Desencadeia taquicardia
e mesmo parecendo diabético demais
Desejamos o doce olhar
um do outro
Para aterrizarmos do jeito que saltamos
[ juntos ].

20 de novembro de 2009

Literatura Brasileira


Deixo aqui uma sugestão de conto para o fim de semana: A Terceira Margem do Rio, de  Guimarães Rosa.
Guimarães através da poesia, aborda  à loucura e o abandono e trata metaforicamente : origem, destino e travessia.

"SOFRI O GRAVE FRIO DOS MEDOS, ADOECI. SEI QUE NINGUÉM SOUBE MAIS DELE. SOU HOMEM, DEPOIS DESSE FALIMENTO? SOU O QUE NÃO FOI, O QUE VAI FICAR CALADO. SEI QUE AGORA É TARDE, E TEMO ABREVIAR A VIDA, NOS RASOS DO MUNDO. MAS, ENTÃO, AO MENOS, QUE, NO ARTIGO DA MORTE, PEGUEM EM MIM, E ME DEPOSITEM TAMBÉM NUMA CANOINHA DE NADA, NESSA ÁGUA, QUE NÃO PÁRA, DE LONGAS BEIRAS: E, EU, RIO ABAIXO, RIO A FORA, RIO ADENTRO - O RIO."


Que sejamos rio de doçura, correnteza de amor e margem de paz.

Aproveitem!
Beijos....

19 de novembro de 2009

Passos...


Você ainda caminha comigo, apenas troquei de calçada.

17 de novembro de 2009

Novo Selo Vórtice!


Ofereço com carinho este selo, a todos os blogs que compartilham comigo esse vórtice de sentir em qualquer tempo.

Podem levar, ele é para vocês!

Colorindo


"... eu sempre digo que posso ter uma solidão medonha,
mas sempre vai haver um vasinho de flores num canto."
Caio F.Abreu

Pingando emoção

Lágrimas

hoje
você
me
veio
aos
olhos.

Escrevo-te



Sabe qual é a conclusão?

Escrever tua redação
é a prova
de que minha leitura é ótima!

Aqui


 Maceió/AL
Inspira meus dias...

16 de novembro de 2009

Seria amor?


Era alguma coisa que seria amor ou não seria.
Caberia a ela, entre milhares de segundos,
dar a ênfase de que o amor apenas carecia para ser (...)

Clarice Lispector

13 de novembro de 2009

Sintonizando


Não é preciso falar agora.
Sinta e perceba.
Não procure à acidez desnecessária das explicações.
Encontre sua frequência e sintonize.
Conceda um dia de folga a sua mente, apenas seu coração trabalha agora.
 Deixe a ansiedade ir com um profundo suspiro.
Tudo está como deve.
O momento virá, sem que precise falar ou correr.
A partitura da alma possui os sons e os silêncios necessários, acredite.
Por agora, ache apenas o seu tom.
Nesse riacho de lágrimas em repouso, escreva.
Flua em pespectivas póeticas.
Sequestre suas sensações do corpo físico e leve-as à alma.
E por favor, não se apresse para o resgate.

Anjo e mulher


Eu vi o anjo no mármore e esculpi até que o libertei.
Michelangelo

11 de novembro de 2009

Cinco



Cinco,
Cinco crianças que têm o mesmo de uma,
Uma que tem mais de cinco.
Cinco mil em entretenimento,
Outras sem cinco por dia.
Cinco dias de escola a cinco mil por ano,
Cinco vezes sem futuro,
Cinco,
Sinto,
Sim é isso que sinto.
Cinco estrelas no céu que não vêem,
Cinco momentos dispersos,
Cinco olhares de sorriso solto.
Cinco minutos sem conversa,
Cinco palavras que ouço,
Sem sentir o que me dizem.
Cinco anos passados,
Somente Cinco.
Cinco pedaços sem ti,
Sem mim, sem nada.

Jorge Gracia Pereira

10 de novembro de 2009



Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia.

Nietzsche

5 de novembro de 2009

Em chamas

Tento encontrar a intimindade com meu eixo
 e domesticar esta pessoa inquieta que amanheceu hoje em mim.
 Minhas sensações nunca entram de férias
 e não há meias frases para expressar este vórtice de sentir.
 As fotografias estão espalhadas no quarto, na sala, na varanda
e em todos os demais cômodos da minha memória.
 É uma escrita sem remédio.
 Não sara.
Não há cura...
Habituei-me a escutar todas as vésperas dos dias,
 e enxergar tudo o que tem chance de ser; porque o que não tem, já ficou claro.
 Saudade é como um sono que não controlamos.
 Tento ficar acordada, para não dobrar à esquina
e estar mais próxima daquelas palavras,
 que nunca desocuparam a minha mente (elas têm voz).
Sinto fome de escrever.
 Não há esconderijo para o que os olhos expressam,
 pois eles dormem deitados em nosso coração.
 Possuem a respiração eterna da vontade
e até em braile,
conseguem ler a nossa alma.

3 de novembro de 2009

Ternura em letras


O dia  parecia com todos os outros.
Apenas parecia...
Até a hora que abri meu e-mail.

1 de novembro de 2009

Experiência Maior



Eu antes tinha querido ser os outros, para saber o que não era eu. Entendi então que eu já tinha sido os outros e isso era fácil. Minha experiência maior seria ser o outro dos outros: e o outro dos outros era eu.

Clarice Lispector